domingo, 19 de junho de 2016

[SYMPATHY FOR THE DEVIL] Capítulo Dez


Capítulo Dez



Uma hora e meia antes.

POV Elena.


Stefan me levou para fora da mansão, onde Damon não nos ouviria.

– Tenho um plano – falou pegando o celular do bolso. – Mas vamos precisar da ajuda de Katherine.

– O quê? Por quê?

– Você quer morrer? Acho que não.

– Por quê você acha que ela vai nos ajudar?

– Ela me deve uma. Está na hora de cobrar.


[…]


– Espero que seja importante mesmo – Katherine chegou já se colocando entre mim e Stefan – Eu estava ocupada.

O plano de Stefan era fazer com que ela se passasse por mim para que Stefan pudesse “matá-la” na frente de Damon. Katherine enrolou bastante antes de aceitar reclamando.

– O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando?

– É ao contrário – Stefan a corrigiu.

– Não no meu caso.

– Elena, preciso que fique aqui fora. Ele precisa acreditar que ela é você.

– Não acredito que vou ter que usar chapinha de novo – Katherine bufou.

– Katherine – Stefan a chamou – Vou precisar usar verbena em você.

– O quê? Stefan!

– Ele precisa acreditar que você está machucada.

– Será que eu sou tão ruim a ponto de merecer isso? – Resmungou de braços abertos olhando para cima.


POV Stefan

Trinta minutos antes.


Katherine estava sentada na cadeira reclamando enquanto eu preparava a verbena.

– Você vai injetar isso em mim?

– Preciso de você calada, de preferência.

– Fala sério! – Fechou os olhos e jogou a cabeça para trás.

Peguei a seringa com verbena e apliquei em seu pescoço, em seguida a amordacei comum pano mergulhado em verbena.

Doía-me ter que fazer isso com Katherine. Ela havia melhorado muito depois que finalmente, após 500 anos, conheceu sua filha, Nadia. Ela não parecia a mesma vadia psicótica que eu conheci em 1864. Ela já estava inconsciente por conta da verbena que injetei nela quando a amordacei, então ela não sentiu nada.

Então, me joguei no sofá e esperei a hora do show.


_____________

POV Elena.


Do lado de fora da casa eu podia ouvir tudo o que diziam. Damon chorava como se fosse criança. Pela janela, vi ele abaixado ao lado do corpo de Katherine. Alguns segundos depois, ele levantou, com raiva nos olhos e avançou em Stefan, dando socos e chutes no irmão.

– Por que fez isso? Por que a matou? Não precisava fazer isso – gritou segurando o pescoço de Stefan.

– Elena está bem – Stefan se esforçou para conseguir falar.

Damon o soltou e o empurrou para o corpo no chão.

– Ela parece bem para você?

Damon o chutou de novo. Stefan olhou para a janela e assim que me viu fez sinal para que eu entrasse. Abri a porta com pressa e gritei por Damon. Assim que me viu, seu olhar, sua expressão, tudo mudou. Ele correu em minha direção e me abraçou. Um abraço desesperado, alegre, aliviado. Havia alegria por eu estar viva até mesmo no seu gesto. Eu estava feliz por estar viva para ele.

– Elena. Meu amor – ele segurou meu rosto com as duas mão e beijou meus lábios com carinho e um pouco de cuidado. – Pensei que…

– Shh – coloquei um dedo em seus lábios sem vontade de ouvir o que ele ia falar e me limitei a dizer que nunca o deixaria e o abracei de novo.

Stefan pegou o corpo de Katherine e o colocou no sofá, em seguida tirou o pano com verbena que estava em sua boca.

– Por favor, me diz que isso funcionou porque eu não quero fazer do novo – Katherine falou assim que abriu os olhos.

Stefan segurou suas mãos e sorriu. Damon e eu nos aproximamos do sofá. Katherine nos olhou e deu um leve sorriso.

– Que bom que deu certo.

– Desculpa por fazer você passar por isso – falei mais como um modo de agradecimento.

– Não foi um dos meus melhores dias… Mas até que estou feliz por ter ajudado

uma semana depois

Estava sentada na cama de Damon quando ele adentrou o quarto com duas xícaras na mão e me deu uma. Chá de frutas.

– Como sabe que eu gosto disso? – perguntei pegando a xícara.

– Te observei por um bom tempo antes de te conhecer… Oficialmente.

– Suspeitei quando percebi que você sabia muito sobre mim – dei um gole no chá.

– O que vamos fazer agora que Stefan e eu estamos bem… em todos os sentidos?

– Isso importa? Temos bastante tempo para fazermos qualquer coisa.

– Você está certa.

Silêncio. Damon parecia um pouco envergonhado do que havia feito. Não que me importasse com isso. O mais importante era que ele estava comigo… Mas por quanto tempo eu estaria com ele?

– Mas eu quero te pedir uma coisa – digo depois de um bom tempo em silêncio.

– O que quiser.

– Quero que você me transforme.

Ele me olhou e arqueou as sobrancelhas, não acreditando no que eu acabara de pedir. Pelo simples fato de que até duas semanas atrás, eu nunca quisera me transformar em vampira. Por motivo nenhum. Mas o medo de ter que deixar Damon algum dia me assustou tanto que não consigo mais me imaginar distante dele.

– Quero ficar aqui com você todo o tempo possível, Damon. Quero que minha alma seja sua.

– E quanto ao “crescer e formar uma família”?

– Isso não importa mais porque eu não quero viver com nenhuma outra pessoa.

– Tem certeza disso?

– Nunca estive mais certa de algo em minha vida.


POV Stefan


Katherine e eu estávamos conversando sobre o que eu a fiz passar para salvar Damon. Ela não parecia arrependida ou coisa parecida.

– Sabe que até agora não acredito que aceitou “morrer” para que eu salvasse meu irmão?

– Porque eu costumava ser uma vadia psicótica que não pensava em ninguém e nem ajudava ninguém. Já ouvi isso antes.

– Mais ou menos.

Katherine sorriu e se levantou para nos servir uma dose de uísque.

– Pessoas mudam, Stefan.

– Encontrar sua filha foi a melhor coisa que te aconteceu.

– Foi, sim – disse me entregando um copo e sentando-se ao meu lado novamente. – Meu maior erro foi ter deixado que meu pai a levasse para longe de mim.

– Não pense nisso. Pense que agora você pode começar uma vida com ela

– De qualquer modo, ainda tem uma coisa que nunca poderei ter – diz com um sorriso triste.

– E o que é?

Ela se aproximou de mim, o rosto perto do meu, olhando em meus olhos e então me beijou. Claro que eu não esperava por isso, mas acabei retribuindo o beijo enquanto meu copo caia no chão e eu pegava em sua cintura, a colocando em meu colo. Seu copo também caiu no chão e então eu percebi que não estava sendo racional. Mas quem é que liga para isso?

Quando nos afastamos, ela acariciou meu rosto e sussurrou em meu ouvido:

– Você. Seu amor. É isso o que nunca poderei ter.

Sorri e tirei alguns fios de cabelo que caiam em sua testa.

– Você me fez ciosas horríveis. Me enganou, mentiu para mim, desapareceu durante 145 anos… Mas apesar de tudo isso, eu nunca deixei de pensar em você. No que o tempo fez a você e em tudo o que você passou. Talvez não tenha sido sua culpa e, pelo que você fez aqui, por Damon… por mim, sinto que devo perdoá-la.

Seus olhos brilhavam diante de minhas palavras. Um lindo sorriso se abriu em seus lábios. Um sorriso sincero. Ela me abraçou com força e me beijou novamente. Talvez nós possamos recomeçar… Tentar de novo.


POV Elena


Damon ainda estava um pouco incrédulo diante do que eu havia pedido a ele mas ele não parecia desaprovar. Claro que ele queria ficar comigo para sempre. Mas ele estava preocupado com o que Caroline, Matt, Bonnie, Stefan, Jeremy e Alaric pensariam disso. Eu também estava mas a decisão tinha de ser tomada única e exclusivamente por mim.

– Olha Elena… Eu não vou fazer isso sem que seus amigos saibam, certo? Depois que contarmos a eles, eu farei, eles aceitando ou não. Pode ser?

– Tudo bem. Então vamos ligar para eles e pedir para que venham aqui. Eu não queria perder tempo com isso. Já sei a reação de todos. Mas se é o que quer… faremos isso.


[…]


Assim que todos chegaram na casa, mal esperei se sentarem ou falarem qualquer coisa, já comecei a falar.

– Tomei uma decisão. Eu sei qual a posição de vocês em relação a isso, mas eu não me importo, é o que eu quero. Não se oponham – Damon apertou levemente meu braço e então percebi que estava quase gritando. – Desculpem.

– Qual é essa decisão? Porque para você nos chamar aqui, ela deve ser pior do que você ter escolhido Damon – disse Caroline.

– Muito engraçado, Barbie – Damon disse e ela sorriu com deboche.

– Quero que Damon me transforme.

Todos ficaram em silêncio por pelo menos uns dois minutos. Incrédulos. Caroline foi a primeira a protestar. Como sempre.

– Não. De jeito nenhum – se levantou. – Você não pode fazer isso – agora ela se dirigia a Damon.

– É a decisão dela. Não minha. E antes que me joguem em um poço de verbena, vou logo dizendo que ela nem queria avisar a vocês que queria mudar de status.

– Elena! – ela se virou para mim.

– Minha decisão, Caroline.

– E quanto ao Jeremy? – Bonnie perguntou

– Vou poder protegê-lo de qualquer coisa, Bonnie. Ele estará seguro. Sempre.

– Tem certeza de que é isso o que quer? – Ric perguntou calmamente.

– Sim!

– E se você se arrepender? – Matt ainda parecia chocado.

– Não vou!

– Por que está fazendo isso? Se é que tem algum motivo… - Disse Stefan. Apesar do tom, ele não parecia julgar nem a mim e nem a Damon.

– Tem sim um motivo, mas isso não importa. É o que eu quero.

– Se você tem certeza disso, nós não podemos fazer nada – Ric falou olhando para mim. Ele sabia que Damon era o motivo de eu querer me transformar.

– Podemos fazer isso agora? – perguntei a Damon.

– Na frente de todo mundo?

– Agora!

Peguei a faca que Stefan deu para Damon usá-la em Katherine quando ela se passava por mim que estava ainda na mesa, depois de uma semana e me aproximei dele, pegando seu pulso e fazendo um corte médio. Todos na sala estavam olhando a cena. Ninguém falou nada. Nenhum som. Olhei para Damon. Ele estava bastante sério, mas não a ponto de me fazer recuar. Nada faria eu mudar de ideia. Coloquei seu pulso contra meus lábios e os abri, já sentindo o liquido quente em minha língua. Depois de um minuto, mais ou menos, Damon retirou o pulso de minha boca. Aproximei-me dele e o beijei rapidamente antes de ele segurar minha cabeça com as duas mãos.

– Eu te amo.

– Eu te amo – repetiu antes de matar a velha Elena.


POV Damon


Segurei o corpo de Elena antes que ele caísse no chão e o coloquei no sofá. Todos me olhavam. Ric compreendia, Caroline me julgava, Matt estava chocado, Bonnie estava sem reação e Stefan e Katherine estavam ao meu lado. Quis perguntar por que diabos Katherine e Stefan estavam de mãos dadas mas a resposta estava na minha cara. Fiquei feliz por ele... E por ela.

– Bruxinha – virei na direção de Bonnie e ela apenas me olhou sem dizer nada. – Elena vai querer sair no sol.

– Eu posso arrumar um anel – diz Caroline caminhando até a porta – Já volto.

Todos permaneceram em silêncio até Caroline voltar. Quando entrou em casa, ela jogou o anel com uma pedra de Lápis-lazúli, a mesma que tem nos nossos anéis e na pulseira de Katherine. Bonnie terminou o feitiço no momento em que Elena acordou. Corri até ela e a abracei. Ela sorriu.

– Quaterback.

Matt virou em minha direção e fiz um sinal com a cabeça para ele se aproximar. Ele assim fez e estendeu seu pulso para Elena. Ela olhou para mim e eu assenti para que ela continuasse. Pouco tempo depois ela o soltou e sorriu. Sua transição estava completa. Elena era uma vampira.


POV Elena


Depois de uma semana como vampira ja tinha percebido que eu estava em um mundo novo e completamente diferente. Nunca me senti tão bem na minha vida. Com certeza essa fora a melhor decisão que já tomei. Eu teria uma vida perfeita ao Lado de Damon e viveríamos de igual para igual. Sem fraqueza, sem vulnerabilidade, sem perigo nem riscos e sem dor.

Estávamos todos reunidos na sala, Damon, eu, Stefan, Katherine, Matt, Bonnie, Alaric, Caroline, Jeremy e até Nadia.

– Quero te mostrar uma coisa – Damon sussurrou em meu ouvido e levantou, me puxando pela mão, me levando para fora.

Em poucos minutos, chegamos na ponte Wickery.

– Por que estamos aqui?

– Olhe – disse apontando para o céu.

O sol estava nascendo entre as árvores. O céu estava de um rosa misturado com roxo e alaranjado. Quando o Sol ficou acima das árvores, a água marrom do lago ficou alaranjada com alguns tons de rosa.

– Me prometa que vamos fazer mais isso – sussurrei admirando a água.

– Temos a eternidade para isso.

– Sim, temos a eternidade.

– Eu te amo, Elena.

– Eu te amo, Damon.

Nos abraçamos e ficamos ali, observando ora o Sol, ora a água. Ah, sim, eu poderia ficar ali com ele para sempre. Ficarei com ele para sempre.






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